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BEZERRA DE MENEZES – 27 e 29 de Agosto

Sua Vida e Vivência Evangélica        

Em 29 de agosto de 1831, no interior do Ceará, nasceu Adolpho Bezerra de Menezes Cavalcanti. Veio de família rica, mas depois ficou pobre, sem se revoltar.

Esforçou-se sempre, estudou muito desde cedo. Aprendeu a conviver com o desafio das privações financeiras.

Usou seus talentos, concretizou sua vocação para a medicina, foi em busca de seu sonho de ser médico com muita garra, enfrentando o Rio de Janeiro – cidade grande e desconhecida, dando aulas particulares para se sustentar.  Exemplo vivo do “ajuda-te que o céu te ajudará”.

Não se acovardou, como muitas vezes fazemos, diante da dificuldade e do desconhecido.

Compreendia intensamente os problemas dos necessitados, tendo profunda percepção da dor física e moral, como Jesus nos ensinou através do “amar o próximo como a si mesmo” e cultivar a misericórdia para com todos.

Enfrentou com equilíbrio a perda da esposa e de dois filhos, sabendo que a morte não existe e a vida continua.

Foi então que se deparou com o Espiritismo, tendo encontrado no Livro dos Espíritos o consolo para suas dores morais, conforme Jesus já havia ensinado e que lhe veio através da doutrina espírita organizada por Kardec, e da qual o LE é o primeiro livro.

Além de suas atividades empresariais, destacou-se Bezerra de Menezes como político, escritor, espírita, médico e abolicionista.

O Político

Cidadão honesto e atuante no Rio de Janeiro do século XVIII, já pensava o Dr. Bezerra em problemas sociais e ecológicos em seus mandatos como vereador e deputado na então Capital Federal. Sua voz se fez ouvir em causas como as dos direitos dos empregados domésticos, salários de professores e médicos, despoluição do ar da cidade e das águas da baía de Guanabara.

O Escritor

Dentre as inúmeras obras publicadas por Bezerra antes de se tornar espírita, salientamos Diagnóstico do Câncer, Considerações sobre a Seca no Nordeste e A Escravidão no Brasil.

Como espírita, destacou-se na divulgação da doutrina através de artigos publicados no jornal “O País”, sob o pseudônimo de Max, e das obras A Loucura sob Novo Prisma e Filosofia Espírita.

O Espírita

Conciliador, foi o grande responsável pela implantação e difusão do Espiritismo no Brasil, através da fundação da Federação Espírita Brasileira (1884). Foi também o organizador da Escola de Médiuns, nos moldes que permanecem até hoje. Viveu, sem dúvida, uma grande experiência espiritual, aliando sua profissão de médico à prática da doutrina espírita.

O Médico

Como atendia a grande clientela, chegou, por sua atitude compassiva em relação aos pacientes, a ser conhecido como o “médico dos pobres”.

Convém lembrar que o Espiritismo no Brasil, em sua fase inicial, sofreu grande influência dos médicos homeopatas, que usavam, além dos medicamentos, outras terapias de cura. Bezerra seguia essa linha de tratamento, combinando aos passes, orações e, mesmo “o olhar que curava”, como o de Jesus. Mãos e olhar, conforme os Evangelhos, se transformam, assim, pelos passes e cura, na terapêutica do amor. (Conforme Marcos, 10:21: Jesus olhou para o homem com amor).

O Abolicionista

Em 1869, bem antes da abolição da escravatura (1888), Bezerra de Menezes já escrevia sobre “A escravidão no Brasil e medidas para eliminá-la sem danos ao Brasil”. Lutou também pela inserção dos escravos na sociedade, através das oportunidades de instrução e de educação.

O perfil libertador do Dr. Bezerra nos serve, pois, como exemplo para também nos libertarmos do peso da inveja, ciúme, mágoas, ódios e vícios, a fim de vivermos plenamente nossos talentos em busca do bem comum.

Finalizando, vale lembrar uma de suas frases que resume toda a sua vivência evangélica: “façamos o bem a todos e o bem nos amparará.”

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