Por Carlos Alexandre Fett

“Por isso vos digo: Todas as coisas que vós pedirdes, orando, crede que as haveis de receber e que assim vos sucederá” (Jesus Cristo, no Evangelho de São Marcos, Capítulo, versículo 24).

Jesus Cristo veio trazer uma nova religião, diferente de tudo que até então se tinha dito. Sua doutrina era baseada no culto interior e na modificação moral do homem. O Mestre Galileu nunca pediu para acendermos velas, cultuarmos imagens ou praticarmos qualquer outro ritual, pois “Deus é Espírito, e deve ser adorado em espírito e verdade”.

Entendendo isso, percebe-se que um dos atos mais importante da Doutrina do Cristo é a oração. Ele mesmo nos ensinou como a fazer, dizendo: “E quando orais, não faleis muito, como os gentios; pois cuidam que pelo seu muito falar serão ouvidos. Quando orais, não haveis de ser como os hipócritas, que gostam de orar em pé nas sinagogas, para serem vistos pelos homens”. Estes trechos estão no Evangelho de Mateus, Capítulo 6, versículos 5 a 8.

Conforme estes ensinamentos, a oração se torna um ato interior do homem, pois é uma relação íntima da criatura com o Criador. Pede o Mestre para darmos mais importância ao sentimento que emana da prece do que às palavras. Não adianta orarmos muito e mecanicamente, como geralmente se faz, pois as coisas externas pouco significam para Deus e sim as que provêm do nosso coração.

Através da prece podemos nos dirigir a Deus de três formas: pedindo, louvando e agradecendo. Vamos entendê-las:

PEDIR: no trecho do Evangelho de Marcos que colocamos no início, Jesus fala que tudo o que pedirmos através da oração haveremos de receber. Temos que entender direito o que Ele quis dizer, pois o Pai Celestial sabe antes e melhor do que nós o que necessitamos. Mas, então, porque iremos pedir? Jesus assim aconselha porque, pedindo pela prece, nós nos colocamos numa posição de submissão em relação ao Alto. Essa atitude de humildade dará condições ao nosso Espírito de receber as boas influências provindas de Deus. Inspirações que nos levarão a vencer com mais tranqüilidade e esperança nossas dificuldades ou as daqueles que amamos.

LOUVAR: Deus não precisa que nós O louvemos. Nele, não encontramos o desejo de grandeza, pois por Si só já é onipotente. Precisamos sim, quando orarmos, entender esta condição do Pai, que a tudo criou. Louvá-Lo não significa adulá-Lo, bajulá-lo, mas sim, reconhecer Sua justiça. Isso fortalecerá nossa fé nos seus desígnios.

AGRADECER: é de vital importância o agradecimento por tudo o que temos na nossa vida. Se formos fazer uma análise fria do que nos cerca, iremos perceber que temos muito mais coisas boas que dificuldades. Agradecendo pela comida que nos mantém vivos; pela roupa, a casa e o trabalho; e ainda por termos uma família, amigos e a oportunidade do lazer. Lembremo-nos que apesar de parecerem coisas corriqueiras na vida de todos, há muitos que por vários motivos não as têm. Embora Deus não precise de agradecimentos, ao reconhecermos Sua ajuda, estaremos nos predispondo a continuar recebendo-a, pois o grande beneficiado pela prece somos nós mesmos.

Jesus Cristo nos ensinou uma única oração: o Pai Nosso, que está no Sermão do Monte, dos Evangelhos. Esta prece contém tudo o que é necessário para a criatura entrar em contato com o Pai. Mas temos que fazê-la transformando as suas palavras em sentimentos, não apenas repetindo-as. Se você acha difícil o Pai Nosso, ore de outra forma. Simplesmente converse com Deus, falando de suas dores, de seus sofrimentos. Com certeza, seus problemas serão ouvidos e, na medida de sua fé, solucionados.

Jornal “A Voz do Espírito” – São José do Rio Preto – SP